Complexidade
Ambiental e Interdisciplinaridade
O
termo/palavra complexidade por si só já é complexo, pois seu significado
abrange diferentes formatos. Pode significar muitos elementos ou partes ou
ainda, observável por diferentes aspectos e também pode ser utilizada para
pontuar confusão ou complicação, tudo depende da ótica ou situação a ser analisada.
Em
Educação Ambiental, este termo vem sendo utilizado para definir situações onde
vários elementos estão envolvidos de forma integrada e podem ser analisados
separadamente (reducionista) ou na sua totalidade (holísta).
No
texto “Complexidade uma palavra com muitos sentidos” a autora Aline Viégas, ao
fazer uma analise mais profunda dos discursos em educação ambiental, reconhece
a palavra complexidade como negação da compreensão da realidade e suas
problemáticas de forma simplificada. Reconhece também, que muitas vezes, a
palavra complexidade é utilizada sem o devido sentido, ou ainda como forma de
explicar uma visão reducionista ou holísta.
A
autora cita ainda, o paradigma da simplificação (redução/separação) intitulado
por Edgar Morim (1997a), onde a expressão complexidade pode ser reconhecida
como a negação da possibilidade de explicação/compreensão dos problemas
sócio-ambientais separadamente, e nos incentiva a ter um olhar além do
reducionista ou holísta, pois este posicionamento de negação ao reducionismo
vem sendo defendido pela Educação Ambiental Holística, em seus discursos, há
algum tempo. Estas duas linhas de pensamento são mutilantes, a primeira mutila
a visão do todo em prol das partes e a segunda mutila a visão das partes em
prol do todo.
Segundo
a autora, os desafios de ir além dos pensamentos que norteiam a Educação
Ambiental são grandes, pois nossa herança de aprendizado se baseia no reducionismo,
aprendemos e ensinamos separando.
E
a interdisciplinaridade?
A
interdisciplinaridade veio somar forças na busca do conhecimento e da resolução
de problemas.
Em
Educação Ambiental a interdisciplinaridade se faz presente e necessária no
momento em que agrega as várias áreas do conhecimento em prol de um objetivo,
seja ele sócio-ambiental, sócio-educativo, político-pedagógico ou ainda,
simplesmente, a transferência da herança cultural, muitas vezes esquecida na
hora do debate.
A
interdisciplinaridade vai além da interação entre disciplinas, envolve no seu
contexto a participação do poder público, instituições, organizações não
governamentais e outros grupos sociais dialogando num sistema que gere análise,
síntese e muitas vezes discordância, mas que ao mesmo tempo possam apontar
novos caminhos, novos saberes em busca de soluções.
Por
tanto, a complexidade ambiental associada à interdisciplinaridade é um processo
evolutivo que caminha para a construção de novas metodologias aplicáveis nas
pesquisas científicas e pedagógicas.
Elma Cristina Alano de Azevedo Acosta
Educadora Ambiental
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