A cada dia descobrimos novas utilidades para os resíduos que produzimos, prova disso é a reciclagem e o reuso das garrafas PET. São inúmeras as utilidades que podemos encontrar para este material, que vão do artesanato, mobiliário, tubulações e vestuário, chegando a grandes projetos como a construção de estruturas de pequeno e médio porte. A verdade é que podemos criar e recriar qualquer coisa a partir deste polímero (Politereftalato de etileno) termoplástico, dando um destino final que não sejam os aterros sanitários, lixões ou a própria natureza.
A professora e artesã boliviana Ingrid Vaca Diez envolveu-se em uma grande aventura quando resolveu desenvolver uma técnica para construir casas utilizando as garrafas PET. Algo improvável, mas que pode vir a ser a solução de moradia para famílias de baixa renda.
A professora e artesã boliviana Ingrid Vaca Diez envolveu-se em uma grande aventura quando resolveu desenvolver uma técnica para construir casas utilizando as garrafas PET. Algo improvável, mas que pode vir a ser a solução de moradia para famílias de baixa renda.
“A idéia surgiu após uma conversa com uma garota de seu povoado. Sensibilizada com a história da menina, a professora decidiu testar a utilidade das garrafas para a construção artesanal. Ingrid tinha como intenção dar aos necessitados a possibilidade de obter e elaborar com seus próprios recursos um lugar digno para viver. Como a artesã guardava muitas garrafas em sua casa, por conta do artesanato, o material já estava em mãos para colocar em prática sua idéia inovadora.”
Para construir "Casas de Botellas" (casas de garrafas) é necessário, garrafas PET, garrafas de vidro, cimento, cal, areia, cola, sedimentos, resíduos orgânicos, aros e glicose. A primeira casa edificada por Ingrid teve 170m² e nela foram utilizadas 36 mil garrafas plásticas de dois litros.
As garrafas recheadas de resíduos e sedimentos diversos formam as paredes, que após amarradas, são fixadas com cal e cimento. Como a casa criada por Ingrid tornou-se um projeto social, os outros materiais necessários para o acabamento, inclusive os móveis, são doados por empresas ou instituições regionais.
Esta iniciativa deu tão certo, que hoje, o projeto já se expandiu por quatro países da América Latina. Foram construídas seis casas na Bolívia, uma na Argentina, duas no Uruguai e outra está em processo de construção no México. A equipe é sempre auxiliada por pessoas das próprias comunidades. Existe ainda o projeto para a construção de mais 20 casas, somente na Argentina.
No Brasil vários projetos estão sendo implantados, com sucesso, nesse sentido...
O sonho da casa própria está se tornando realidade para o eletrecista Antônio Duarte, no município de Espírito Santo, no Rio Grande do Norte, distante 70 km da capital, Natal.
Através de uma técnica, também inovadora, desenvolveu um projeto de construção de casas baseado na reutilização das garrafas PET e outros materiais convencionais da construção civil, de forma a atender as especificações e projeções estabelecidas pela Caixa Econômica Federal, visando no futuro, possível financiamento. A técnica consiste na construção de blocos com areia, cimento e garrafas.
A idéia foi apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde foram realizados testes em laboratório para verificar a resistência e outros fatores, com resultados surpreendentes como o de 1,94 MPa (Mega Pascal), medida de resistência, cuja tolerância para blocos de concreto, de acordo com o autor da ideia, é de 1,5 MPa.
A primeira casa construida apresentou 46 metros de área coberta, sendo dois quartos, sala, cozinha e banheiro, reunindo 2.700 garrafas PET. “Para construir uma casa dessa nós estamos utilizando blocos feitos com cimento, areia e as garrafas. Quando tivermos todas as formas, posso garantir que cada casa será construída em apenas três dias e com custo bem mais baixo, em torno de 8 a 10 mil reais, já incluida a mão de obra”, explicou Antônio.
Outro projeto interessante foi desenvolvido por universitários da Universidade Federal do Ceará (UFC) que construíram uma casa usando apenas garrafas pet recolhidas nas ruas, os móveis e acessórios também foram feitos com material reciclável. A iniciativa faz parte do projeto ‘Carrossel de Reciclagem’ e tem sido exemplo de preservação em Fortaleza.
À primeira vista é uma casa comum, mas quem chega perto percebe que todo o material usado para erguer a moradia é reciclável. A casa abriga poltronas, sofás, mesas, cortinas, cestos de roupas, tudo usando garrafas como matéria-prima.
O engenheiro civil Antônio Caracas é o autor da moradia pouco convencional e o objetivo do projeto é conscientizar as pessoas para a necessidade de reciclagem, a partir da própria casa e de objetos usados no cotidiano.
Isto parece ser Educação Ambiental da melhor qualidade.
Resolver impasses ambientais como os causados por produtos como este (o polietileno tereftalato -resina termoplástica que compõe o pet) vem sendo o objetivo de muitas pessoas e através delas, descobriu-se que este material pode ser reciclado e empregado em diferentes funções, como por exemplo, a fabricação de cadeiras, tijolos, blocos, tapetes, linhas, cordas, vassouras, escovas de dente e até travesseiros. Sempre que uma nova utilidade é encontrada para o PET, o meio ambiente agradece, afinal o mundo produz em torno de 7 milhões de toneladas ao ano desse plástico cuja expectativa é de 400 anos para se degradar em aterros sanitários.
Fontes:
http://www.jureia.com.br/mostramateria.asp?idmateria=294
http://www.nominuto.com/noticias/cidades/garrafas-pet-concretizam-sonho-da-casa-propria/
http://vidasustentavel.perus.com/reciclagem/128