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sexta-feira, 24 de junho de 2011

PROJETOS PET – Desenvolvimento sustentável e responsabilidade ecológica

    A cada dia descobrimos novas utilidades para os resíduos que produzimos, prova disso é a reciclagem e o reuso das garrafas PET. São inúmeras as utilidades que podemos encontrar para este material, que vão do artesanato, mobiliário, tubulações e vestuário, chegando a grandes projetos como a construção de estruturas de pequeno e médio porte. A verdade é que podemos criar e recriar qualquer coisa a partir deste polímero (Politereftalato de etileno) termoplástico, dando um destino final que não sejam os aterros sanitários, lixões ou a própria natureza.
   A professora e artesã boliviana Ingrid Vaca Diez envolveu-se em uma grande aventura quando resolveu desenvolver uma técnica para construir casas utilizando as garrafas PET. Algo improvável, mas que pode vir a ser a solução de moradia para famílias de baixa renda.
   “A idéia surgiu após uma conversa com uma garota de seu povoado. Sensibilizada com a história da menina, a professora decidiu testar a utilidade das garrafas para a construção artesanal. Ingrid tinha como intenção dar aos necessitados a possibilidade de obter e elaborar com seus próprios recursos um lugar digno para viver. Como a artesã guardava muitas garrafas em sua casa, por conta do artesanato, o material já estava em mãos para colocar em prática sua idéia inovadora.”
    Para construir "Casas de Botellas" (casas de garrafas) é necessário, garrafas PET, garrafas de vidro, cimento, cal, areia, cola, sedimentos, resíduos orgânicos, aros e glicose. A primeira casa edificada por Ingrid teve 170m² e nela foram utilizadas 36 mil garrafas plásticas de dois litros.
    As garrafas recheadas de resíduos e sedimentos diversos formam as paredes, que após amarradas, são fixadas com cal e cimento. Como a casa criada por Ingrid tornou-se um projeto social, os outros materiais necessários para o acabamento, inclusive os móveis, são doados por empresas ou instituições regionais.
    Esta iniciativa deu tão certo, que hoje, o projeto já se expandiu por quatro países da América Latina. Foram construídas seis casas na Bolívia, uma na Argentina, duas no Uruguai e outra está em processo de construção no México. A equipe é sempre auxiliada por pessoas das próprias comunidades. Existe ainda o projeto para a construção de mais 20 casas, somente na Argentina.
     No Brasil vários projetos estão sendo implantados, com sucesso, nesse sentido...
     O sonho da casa própria está se tornando realidade para o eletrecista Antônio Duarte, no município de Espírito Santo, no Rio Grande do Norte, distante 70 km da capital, Natal.
     Através de uma técnica, também inovadora, desenvolveu um projeto de construção de casas baseado na reutilização das garrafas PET e outros materiais convencionais da construção civil, de forma a atender as especificações e projeções estabelecidas pela Caixa Econômica Federal, visando no futuro, possível financiamento. A técnica consiste na construção de blocos com areia, cimento e garrafas.
    A idéia foi apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde foram realizados testes em laboratório para verificar a resistência e outros fatores, com resultados surpreendentes como o de 1,94 MPa (Mega Pascal), medida de resistência, cuja tolerância para blocos de concreto, de acordo com o autor da ideia, é de 1,5 MPa.
    A primeira casa construida apresentou 46 metros de área coberta, sendo dois quartos, sala, cozinha e banheiro, reunindo 2.700 garrafas PET. “Para construir uma casa dessa nós estamos utilizando blocos feitos com cimento, areia e as garrafas. Quando tivermos todas as formas, posso garantir que cada casa será construída em apenas três dias e com custo bem mais baixo, em torno de 8 a 10 mil reais, já incluida a mão de obra”, explicou Antônio.
     Outro projeto interessante foi desenvolvido por universitários da Universidade Federal do Ceará (UFC) que construíram uma casa usando apenas garrafas pet recolhidas nas ruas, os móveis e acessórios também foram feitos com material reciclável. A iniciativa faz parte do projeto ‘Carrossel de Reciclagem’ e tem sido exemplo de preservação em Fortaleza.
    À primeira vista é uma casa comum, mas quem chega perto percebe que todo o material usado para erguer a moradia é reciclável. A casa abriga poltronas, sofás, mesas, cortinas, cestos de roupas, tudo usando garrafas como matéria-prima.
    O engenheiro civil Antônio Caracas é o autor da moradia pouco convencional e o objetivo do projeto é conscientizar as pessoas para a necessidade de reciclagem, a partir da própria casa e de objetos usados no cotidiano.

    Isto parece ser Educação Ambiental da melhor qualidade.

    Resolver impasses ambientais como os causados por produtos como este (o polietileno tereftalato -resina termoplástica que compõe o pet) vem sendo o objetivo de muitas pessoas e através delas, descobriu-se que este material pode ser reciclado e empregado em diferentes funções, como por exemplo, a fabricação de cadeiras, tijolos, blocos, tapetes, linhas, cordas, vassouras, escovas de dente e até travesseiros. Sempre que uma nova utilidade é encontrada para o PET, o meio ambiente agradece, afinal o mundo produz em torno de 7 milhões de toneladas ao ano desse plástico cuja expectativa é de 400 anos para se degradar em aterros sanitários.

Fontes:
 http://www.jureia.com.br/mostramateria.asp?idmateria=294
 http://www.nominuto.com/noticias/cidades/garrafas-pet-concretizam-sonho-da-casa-propria/
 http://vidasustentavel.perus.com/reciclagem/128



segunda-feira, 20 de junho de 2011

O BAMBU E SUAS POTENCIALIDADES


O bambu possui cerca de 50 gêneros e 1250 espécies que se distribuem naturalmente dos trópicos às regiões temperadas, tendo, no entanto, maior ocorrência nas zonas quentes e com chuvas abundantes das regiões tropicais e sub-tropicais da Ásia, África e América do Sul. Os bambus nativos crescem em todos os continentes, exceto a Europa, sendo que 62% das espécies são nativas da Ásia, 34% das Americas e 4% da África e Oceania.
Os vários tipos de bambus compreendem desde espécies pequenas, com até um metro de comprimento, utilizados principalmente em ornamentação, até espécies gigantes que podem atingir cerca de trinta e cinco metros.
No Brasil, as espécies nativas são em sua maioria ornamentais e estão associadas à florestas. Todas as demais espécies que vemos plantadas são exógenas, denominadas exóticas, originárias em sua grande maioria de países orientais, de onde foram trazidas e aqui introduzidas desde o tempo do descobrimento, com exceção feita a espécie Guadua angustifólia que é originária da America do Sul, sendo muito utilizada na Colômbia e, segundo se afirma, existente no Brasil nos extremos da região norte (Acre).
O bambu é uma planta que oferece muitas vantagens econômicas e tem peculiaridades que a colocam em situação privilegiada frente a outras plantas, para determinados fins.
1 – Crescimento rápido : O amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode colher colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é dez toneladas por hectare.
2- Facilidade de plantio, estabelecimento, manutenção e colheita: Esta planta não exige técnicas complexas para seu estabelecimento. A colheita fortalece o bambual e é feita com instrumentos manuais. O transporte é facilitado pelo seu peso leve em comparação as madeiras .
3 - Utilidades Adaptáveis: Apresenta várias aplicações, podendo ser utilizado como combustível, papel, material de construção, alimento, fitoterápico, entre outros.
4- Fins ecológicos: O bambu é um material que pode substituir a madeira em diversos aspéctos e com isso diminuir os impactos ambientais causados pelo desmatamento. Também pode ser utilizado para reduzir a erosão do solo e tem papel importante na natureza por aprisionar grandes quantidades de CO2 em sua madeira, o que contribui para a diminuição dos gases de efeito estufa na atmosfera.
5- Inserção Cultural : Cerca de um bilhão de pessoas no mundo moram em casas de bambu. Muitas culturas utilizam ainda esta planta na música, no preparo de cerimoniais, na alimentação, entre outros.
Para se estabelecer um plantio com sucesso devemos primeiro escolher a espécie adequada, a hora adequada e o local adequado (e certas vezes a finalidade adequada). É sempre bom lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio (no Rio Grande do Sul e Santa Catarina costuma até nevar ), enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima geral do resto do país, além de existirem exceções para os dois casos. Ter um local aberto e próximo a uma fonte de água ajuda o bambu a espalhar-se mais rapidamente. Os bambus previnem o solo de tornar-se seco, quando plantados em uma encosta inclinada ou nas margens de rios, agregam resistência ao solo contra erosões e terremotos.
A melhor época para o plantio é após o inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois estes terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. Uma touceira ou floresta demora de dez a quinze anos para atingir a maturidade, ou seja, ter colmos grandes e resistentes.
Para se obter um efeito estético em uma intervenção paisagística, devemos escolher a espécie com altura desejada e coloração agradável. Um jardim de bambus produz sombra, dá alguma proteção ao frio e chuva e produz sons agradáveis durante a brisa.
Para obter um bom material de construção devemos escolher os bambus resistentes de médio a grande portes. As espécies do gênero Phyllostachys são as mais comumente utilizadas para contrução no mundo. O mais comum é o Phyllostachys aurea, conhecido como bambu-mirim, forte e resistente a pragas, portanto uma grande fonte de mudas.
No Brasil existem muitas plantações de Dendrocalamus asper, um bambu tropical e de porte grande.
O gênero Guadua afirmam ser o melhor bambu para construção dentro todos, tem paredes espessas e ótima resistência, sendo o material de casas centenárias na Colômbia.
Para se obter colheita de brotos pode-se utilizar o bambu comum, Bambusa vulgares , porém dizem ser um pouco amargo. O Bambusa arundinacea tem seus brotos comestíveis, além de produzir grande quantidade de sementes também comestíveis.

Pesquisa efetuada pelo colaborador José Otávio Varella