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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Pitangueira e suas potencialidades

Eugenia uniflora - Pitangueira

             A Pitangueira  é uma árvore frutífera, nativa da Mata Atlântica Brasileira, onde é encontrada na floresta semidecidual do planalto e nas restingas, desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, em regiões de clima subtropical. Apesar de ser tipicamente brasileira, esta espécie, atualmente, pode ser encontrada na Ilha da Madeira (Portugal), na América do Sul (Argentina, Bolívia, Guianas, Paraguai, Uruguai e Venezuela), América Central (incluindo Caribe), América do Norte (exceto Canadá) e África (Gabão, África do Sul e Madagascar).
            Ao começar meus estudos e pesquisas sobre esta planta magnífica, fui ao longo do percurso, aprendendo a admirar e respeitar a pitangueira, como fonte de inúmeras propriedades e potencialidades, por muitos desconhecida. Essa árvore, que cresce nos nossos quintais, nas praças, canteiros e até mesmo nos campos e matas, apresenta qualidades impressionantes que, atualmente, estão sendo amplamente estudadas e utilizadas por industrias de alimentos, cosméticos, entre outras.
 
Informações Gerais sobre a Pitangueira
A pitangueira vegeta e produz muito bem em climas tropicais e subtropicais, sendo ideais aqueles quentes e úmidos, onde se torna mais produtiva, embora se adapte bem ao clima temperado e a diferentes altitudes. É resistente aos ventos fortes e tolera diferentes níveis de geada e temperaturas abaixo de 0°C, sem sofrer danos. Apresenta certa tolerância à seca, desenvolvendo-se bem em condições semi-áridas, desde que se proporcione uma mínima quantidade de água.

Nas regiões onde é encontrada, a pitanga é consumida ao natural, mas sua principal utilização está no aproveitamento – industrial e doméstico – dos frutos para o preparo de polpas e sucos. Também, é utilizado na fabricação de sorvete, picolé, refresco, geléia, licor e vinho.
A planta é um arbusto de pequeno porte; podendo, no entanto atingir alturas superiores a 7m. Suporta poda forte e repetida, cresce lentamente, tem copa densa e compacta, sendo por essas razões, empregada como cerca viva e planta ornamental. Também, se ressalta sua utilização nas beiras de nascentes e fluxos de água, pois suas raízes fortes evitam desmoronamentos e erosões.
O seu potencial de utilização é ressaltado, quando se considera que o seu fruto de sabor exótico é rico em vitaminas, principalmente, em vitamina A (635 mg/100g polpa). Além disso, a promoção de campanhas de educação nutricional pode aumentar o consumo da pitanga como alimento rico e saudável.
Por outro lado existem grandes perspectivas de crescimento no mercado das misturas entre sucos de espécies de frutas diferentes (mixed juices), principalmente com os de sabor exótico. Também pode ser utilizado como aditivo em bebidas lácteas e, ainda, nas formas de produtos como refresco em pó e néctar.
As indústrias de cosméticos, também, utilizam esta planta na composição de alguns de seus produtos, como: perfumes, cremes corporais, sabonetes e xampus.
Na medicina natural, as folhas da pitangueira são utilizadas em forma de chá, nos tratos digestivos, diarréias, infecções de garganta, entre outros.
Recentemente, uma pesquisa desenvolvida pela EMBRAPA Clima Temperado (Pelotas) em parceria com uma universidade da Carolina do Sul (EUA) aponta testes positivos com o extrato da pitangueira no combate ao câncer.
Poda: Fazer uma poda retirando-se os ramos ladrões. A planta deve ser desbrotada, desde o solo até a altura de formação da copa (50 a 60 cm), onde deverá ser decapitada, deixando-se 3 a 4 ramos, procurando se dar à mesma um formato de taça e facilitando, com isso, os tratos culturais. As podas não deverão ser feitas nas fases de florescimento e frutificação.
Inicialmente, e em curto prazo, a pitangueira pode agregar renda através de, seus frutos, sendo comercializada in natura ou através da produção de geléias e licores, não necessitando, ainda, de padrões de conservação por sua produção ser em pequena escala. O comercio local encarrega-se deste consumo, através da venda direta ao consumidor, em feiras ou mercados e mercearias. Esta produção inicial será desenvolvida de forma artesanal, o que diminui consideravelmente os investimentos iniciais para sua implantação, deixando, assim, uma margem de lucros.
Em médio e longo prazos, já com uma produção mais significativa do fruto, pode-se considerar a possibilidade de venda direta para indústrias de alimentação e cosmetologia (mercado em franca expansão).
Em se tratando das folhas, o mercado farmacêutico e da medicina alternativa, também, podem ser considerados como receptor de matéria prima.
 
Partindo desta estratégia de produção, abre-se um leque de alternativas e possibilidades para atender à demanda comercial, conforme a aceitação deste novo produto no mercado.
Por gerações, a pitangueira vem sendo desprezada e, ignoradas suas propriedades medicinais, seu papel como mata nativa e ciliar e seu potencial econômico, mas, esta realidade está mudando e junto com ela, o aproveitamento desta planta.
 
   Elma Cristina Alano de Azevedo Acosta
 Tec. Meio Ambiente /  Educadora Ambiental
 




2 comentários:

  1. EUGÊNIA* DA RUA

    De uma semente largada,
    “ Así no más” cuspida.
    Semente não é comida,
    Não, esta encaroçada.
    Depois da polpa mastigada,
    Num cantinho desolado,
    Junto ao muro caiado,
    Ali, numa racha do chão,
    Brotou um coração,
    Que, a tantos tem saciado.

    Matando um doce desejo,
    Desses, de água na boca,
    “Feito” uma febre louca,
    De quem até rouba um beijo,
    E por isso, então me vejo,
    Com os lábios manchados,
    Depois de haver sugado,
    Um beijo em lábios de mel,
    Vou do inferno até o céu,
    Beijando lábios molhados.

    Isso vale para fruta?
    Será um trato analógico,
    Ou algo patológico,
    Coisa de gente biruta,
    E tem até quem discuta,
    Coisas de gente de lua,
    Mas, quem tem alma nua,
    Pode sentir um desejo.
    De até mastigar num beijo,
    Uma EUGÊNIA DA RUA...


    * Eugênia Uniflora, L Dicotilodônea Myrtaceae – a popular PITANGA.




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  2. Maravilhoso Diogo Corrêa, obrigada pela participação.

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